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Preto e vermelho

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Torço pelo Fluminense desde garotinho,  quando o meu irmão mais velho, o advogado Oswaldo Jurema, incutiu em minha cabeça  o fascínio  pelo Tricolor das Laranjeiras. Tinha sete  anos quando vi o meu novo time conquistar o Campeonato Carioca, à época a maior competição esportiva do País, com um elenco  modesto mas que tinha no artilheiro Valdo, a sua principal estrela. Foram dele os dois  gols, marcados há poucos minutos do final da decisão  contra o Botafogo, de Garrincha, Didi e Zagalo, que garantiram o empate, em 3 a 3,  e a conquista do título no distante ano de 1959, quando os jogos ainda eram transmitidos pelas ondas do rádio. Na adolescência, esse sentimento ganhou novos contornos e beirou o fanatismo. Juntando alguns trocados, comprei tecido de cetim nas cores do meu clube do coração e pedi a uma vizinha para me ajudar a confeccionar  uma grande bandeira,   hasteada num  bambu, que lhe servia de mastro. Ia aos estádios carregando aquele imenso pavilhão, tremulando pelo  vidro aberto do carro, num esforço hercúleo para demonstrar o meu orgulho e a intensidade da minha paixão. E foi assim, anos a fio, até atingir a idade adulta,  que arrefece os entusiasmos juvenis e nos  faz  pensar com mais serenidade e mais prudência em nossas ações. Hoje, nos meus sessentões – como diria o meu pai, que jamais passou dos sessenta anos – encaro o futebol – e tudo o mais -  de forma diferente e racional. Mesmo mantendo a minha fidelidade ao meu clube de origem, a maturidade me faz  admirar  o bom futebol. Nada de sofrimento ou  dor de cabeça com derrotas previsíveis e inevitáveis. Aprecio  é a jogada bem construída, o drible desconcertante, a tabelinha avassaladora, o passe preciso e, sobretudo, a beleza do gol que é a festa do futebol. No Brasil de hoje, que  perdeu a hegemonia do esporte   e há quase 20 anos não conquista  uma Copa do Mundo, o time que melhor representa tudo isso é  o Flamengo,  que conseguiu reunir grandes jogadores, um treinador competente , e uma equipe  vibrante como há muito não se via por aqui, que  persegue a vitória com ousadia, talento e arte. Na decisão de amanhã, contra  o  River Plate, da Argentina,  vou torcer, fervorosamente,  pelo time brasileiro que estará representando o nosso País na competição mais importante da América do Sul. Neste dia histórico, vou trocar as belas cores da bandeira do meu País pelo preto e vermelho. Que  também compõem o  lábaro da minha amada Paraíba. Vamos lá Brasil!

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